O Diário de Myriam | Novo lançamento do selo Crânio traz relatos sobre a Guerra da Síria

“Meu nome é Myriam, eu tenho treze anos. Cresci em Jabal Sayid, o bairro de Alepo onde nasci. Um bairro que não existe mais.”
A escrita tem um poder enorme na vidas das pessoas de forma individual, mas também exerce tal influência no coletivo, na sociedade. É com esse intuito que o Selo Crânio traz o lançamento desse livro. Você deve estar pensando “Eu acho que tem algo familiar nesse título”, a verdade é que tem mesmo, O Diário de Anne Frank, muito conhecido por todos, tem, de certa forma,uma conexão com a obra, por ambas terem passado por um período histórico de guerra e trazer esses relatos para os seus diários. Ambas são símbolos de resistência e esperança, sua forma de escrever diante o que estava se passando com cada uma, nos permite conhecer outro viés da Guerra. Sendo O Diário de Myriam extremamente necessário por se tratar da atualidade, por ser ainda algo que continua acontecendo.

Escrito entre novembro de 2011 a março de 2017, O Diário de Myriam alterna entre as doces memórias do passado na cidade de Alepo e os dias doloridos e carregados de incertezas. E é com a sensibilidade de uma autêntica contadora de histórias que ela narra a preocupação crescente de seus pais com as notícias na tv, as pinturas revolucionárias nos muros da escola, as manifestações contra o governo, a repressão, o sequestro de seu primo e, por fim, os bombardeios que destroem tudo aquilo que ela conhecia.
A Guerra da Síria deixou mais de 400 mil mortos e transformou 5 milhões de pessoas em refugiadas ao longo dos últimos sete anos, impulsionando o maior deslocamento de pessoas no mundo após a Segunda Guerra Mundial. Myriam é apenas uma entre milhões de vozes que sofrem diariamente, mas suas palavras conseguem falar por muitas delas. Tudo isso é para pensarmos o impacto diário que existe na vida dessa pessoas. Criar um olhar mais humano, mais apurado para essa questão.
Myriam conta que a sugestão de começar a escrever um diário veio de sua mãe e que nele ela passou a contar tudo o que acontecia no seu dia para que assim pudesse lembrar de tudo o que aconteceu.

Sinopse:

O Diário de Myriam é um registro comovente e verdadeiro sobre a Guerra Civil Síria. Escrito em colaboração com o jornalista francês Philippe Lobjois, que trabalhou ao lado de Myriam para enriquecer as memórias que ela coletou em seu diário, o livro descortina o cotidiano de uma comunidade de minoria cristã que sofre com o conflito através dos olhos de uma menina.

Sobre Myriam:



Myriam Rawick começou a escrever em seu diário aos seis anos de idade. Seus registros sobre a Guerra da Síria compreendem o período entre novembro de 2011 e março de 2017. Refugiada em sua própria cidade, Myriam viu seu lar ser devastado e conta como Alepo, uma das cidades mais antigas do mundo, foi destruída num piscar de olhos. Desde o fim das hostilidades em sua cidade natal, Myriam voltou para sua antiga residência apenas uma vez. Ainda assim, algumas coisas continuam iguais: ela segue escrevendo sobre sua vida em seu diário. “Não quero me esquecer do que estou vivendo agora”, afirma.

Sobre o co-autor:

Philippe Lobjois é um repórter de guerra francês e autor de diversos livros. Estudou ciências políticas em Paris e já cobriu o Conflito Karen, a Guerra do Kosovo e a Guerra do Afeganistão. Quando a Guerra da Síria eclodiu, ele decidiu ir até a cidade de Alepo, onde conheceu a história de Myriam. Após um mês vendo de perto o caos provocado pela guerra, ele conseguiu localizá-la e, juntos, trabalharam para dividir sua história com o mundo.

Quer conhecer um pouco mais da obra? Você pode ler o book review aqui.

Tagarelem conosco: Já leram Anne Frank? Pretendem ler O Diário de Myriam?

Até a próxima tagarelice e lembrem-se a escrita é importante! 

2 Replies to “O Diário de Myriam | Novo lançamento do selo Crânio traz relatos sobre a Guerra da Síria”

  1. WOW! Eu ainda não consegui comprar o livro Diário de Anne Frank para conseguir ler e saber um pouco mais sobre o caos que foi aquela época e me interessei bastante por esse daí em questão, principalmente porque a Darkside é um amor. É sempre por podermos ler esse tipo de história contada sob a perspectiva que quem vivia por lá naquela época. Já quero e preciso!

    Jornal Informal

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