Venom | A diversão é garantida, mas a originalidade não

Venom é conhecido por ser um grande antagonista do nosso amigo da vizinhança: homem aranha. No entanto, no filme solo do vilão, somos apresentados a uma origem um pouco embaçada e uma diferenciação na composição do alienígena.

Sinopse:

Eddie Brock (Tom Hardy) é um jornalista que investiga o misterioso trabalho de um cientista, suspeito de utilizar cobaias humanas em experimentos mortais. Quando ele acaba entrando em contato com um simbionte alienígena, Eddie se torna Venom, uma máquina de matar incontrolável, que nem ele pode conter.

Logo, no início, temos o tom de suspense, que cria uma boa atmosfera embalada por uma trilha sonora capaz de instigar o mistério, a curiosidade em nós. O problema é que apesar do tom de suspense cair bem em nosso protagonista, há ao longo da trama a perda dessa atmosfera, o roteiro passa a incorporar mais cargas dramáticas e balanceia com o humor meio ácido. Quando analisamos a obra como um todo, vemos o pequeno problema de não compreender bem o enfoque da história.

No entanto, quanto a diversão, em nenhum momento podemos desclassificar Venom, a obra acerta em trazer entretenimento para aqueles que não almejam grandes coisas. Quando a expectativa está baixa nos surpreendemos com alguns desenvolvimentos, Venom é daqueles filmes em que já temos que ir assistir tendo em mente que não foi pensado e nem feito para estar a altura dos grandes filmes de herois do MCU. Além de, manter em mente também que não é uma produção totalmente da Marvel, mas uma associação, pois tem mais cara da Sony do que da nossa queridinha.

A mistura de elementos nem sempre resulta em algo negativo, a combinação do humor à trama resulta em situações de gargalhadas genuínas e momentos de diversão garantida, nos remetendo à nostalgia do universo do Spiderman (primeiros filmes). Mas aí, encontramos outra problemática, o desafio de fazer um Venom sem Homem Aranha, que poderia ter dado muito certo se o alienígena não tivesse uma forte ligação com a figura do cabeça de teia. Já dizia um filósofo contemporâneo: o filme do Venom sem Homem Aranha é golpe. E, de certa forma, é mesmo. Sentimos a ausência da imponência do herói, o embate entre ambos.

Com relação ao roteiro, temos algumas falas expositivas, mas o que prejudica mesmo são as contradições das explicações para eventos e motivações pouco desenvolvidas, quase que sem forças. Uma hora temos uma explicação para logo em seguida ela ser totalmente esquecida e novas condições serem adicionadas. A sensação que fica é a de não saber bem como funciona.

E quando analisamos isso com relação ao vilão – Carlton Drake (Riz Ahmed) – percebemos a falta de desenvolvimento, não temos uma figura como Thanos ou Killmonger, temos um ser caricato e clichê sem aprofundamento. Talvez uma figura mais emblemática acrescentaria muito para a trama. Por outro lado, o simbionte tendo consciência foi uma grande e boa surpresa, funcionando muito bem para humanizar o alienígena, que se revelou então um anti herói. Mas, no meio disso, temos a perda da caracterização do Venom dos quadrinhos, o que pode ser visto tanto como um acerto quanto como um erro. Depende da perspectiva.

A relação criada entre o simbionte e nosso protagonista se revela algo extremamente importante para a história, sendo um dos grandes acertos do longa. Rendendo altas risadas.

Tanto as cenas de ação quanto o CGI são bem feitas, nada de obra prima, mas também nada muito absurdo. Em alguns momentos, percebemos uma artificialidade aqui e ali, uma desproporção no Venom – em que a cabeça é menor que o resto do corpo – mas, em geral, não há enormes falhas.

Então, tivemos algumas perdas com relação a composição do simbionte, como por exemplo, a falta de brutalidade, a faixa etária pode ser a maior responsável pelas cabeças sendo devoradas e quase nada de sangue. No entanto, tivemos novidades positivas, como por exemplo, o lado cômico da trama e a boa construção da relação de Eddie com o alienígena.

Enfim, Venom não é o filme mais original de heróis que você irá ver, como Guerra Infinita e Pantera Negra, mas também não será o desastre que você está pensando, como, por exemplo, Quarteto Fantástico. Por isso, é bom diminuir as expectativas e esperar surpreender-se, pois ao final temos a esperança de que uma possível continuação possa vir a melhorar, caso haja um embate entre o Venom e o nosso amigo da vizinhança: Homem Aranha. O que pode ser bem possível, torcemos desde já.

Tagarelem conosco: vocês estão prontos para serem hospedeiros dos simbiontes? Irão assistir o filme?

Venom é dirigido por Ruben Fleischer (Zumbilândia) e estreia dia 4 de Outubro nos cinemas (hoje).
Até a próxima tagarelice e lembrem-se que tem duas cenas pós-créditos, pessoal!

#NóSomosVenom

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