Oscar 2018 | Curtas Animados

Oscar 2018 | Curtas Animados
A 90ª cerimônia do Oscar está chegando, marcada para o dia 04 de Março, com a apresentação de Jimmy Kimmel. Tivemos várias nomeações interessantes, dentre elas, as de curtas animados. Foram 5 indicações, sendo, 4 delas com duração curtinha mesmo, menos de 10 minutos e apenas uma com duração mais longa. Os curtas escolhidos foram todos uma boa escolha, com temáticas diferentes entre si e que exploram diversificadas sensações ao espectador. 
Para entrar no clima do Oscar, a Pinguim fez maratona dos curtas animados e trouxe para vocês uma pequena crítica de cada um, além é claro de disponibilizar aqueles que estão disponíveis pelo Youtube para que vocês, tagarelas, possam apreciar eles também. Prontos?

Dear Basketball (6 min)

Oscar 2018 | Curtas Animados (Dear Basketball)

É um drama animado dirigido por Glen Keane e escrito por Kobe Bryant, inspirado em um poema dele mesmo, além do mais, Kobe é também o narrador do curta. Dear Basketball foi realizado para a cerimônia de aposentadoria da camiseta de Bryant, lenda do basquete da NBA. A narrativa durante os seus 6 minutos de duração é simples, mas muito poética, acerta em cheio nosso coração e mexe a fundo com nossa emoção, por retratar o carinho e paixão que o ex-jogador tem com o esporte, algo facilmente de nos identificarmos, afinal, quem não é apaixonado por algo nessa magnitude? 
Através de sua narração, podemos entender o que o esporte siginifca para Kobe, o quanto é bela sua trajetória e o quão difícil estava sendo ter que se aposentar, mas ainda assim sendo grato por ter tido a oportunidade de trilhar e brilhar naquilo que tanto amava fazer. O traço da animação encaixa perfeitamente na proposta da história que o curta quer contar, traz simplicidade, sensibilidade e um toque de algo muito pessoal, que junto com a composição da trilha sonora de John Williams é capaz de nos arrancar grandes lágrimas. 

Lou (7 min)

Oscar 2018 | Curtas Animados (Lou)

Realizado pela gigante Pixar, que acerta mais uma vez em desenvolver uma animação, o curta  é dirigido por Dave Mullins não possui fala nenhuma e ainda assim tem a habilidade de nos trazer uma grande reflexão, tão necessária ainda na nossa realidade, o bullying está longe de ser algo ausente na nossa sociedade e mostrar o impacto dele é sempre algo muito bem vindo e a Pixar o fez de forma brilhante.
Por não ter a presença de diálogos, o curta utiliza o poder da trilha sonora, para desenvolver sua história, em diversos momentos, se não em todos, ela é bem marcante e muito importante para os acontecimentos da história. Ajuda no envolvimento que o curta proporciona, além de em cenas de ação trazer todo o ritmo acelerado necessário. 
Não apenas faz uma crítica ao bullying, como denuncia a facilidade em se reproduzir comportamentos nocivos feito a nós mesmo, sem perceber o quão ruim é isso. Sem se dar conta do quão doloroso também está sendo para o outro. Além de reforçar o quanto pequenos gestos e atitudes mudam o dia a dia das pessoas, por mais singelos que sejam, pode transformar o humor de alguém em algo muito melhor. É mais gratificante dar algo a alguém, do que tirar. 

Garden Party (7 min)

Oscar 2018 | Curtas Animados (Garden Party)
Dirigido e escrito por Gabriel Grapperon, Florian Babikian, Victor Caire, Vicent Bayak, Théophile Dufreine e Lucas Navano, o curta foi realizado para um trabalho de conclusão de curso. Mais um que não faz uso de diálogos, por um motivo bem particular, pois seus personagens são sapos explorando uma mansão. Parece nada demais, não? No entanto, há uma revelação muito interessante no final e a narrativa e desenrolar dos acontecimento faz o curta ser mega intrigante, paira um ar de mistério tão grande, que gera certa desconfiança, incomodo, como se algo muito ruim tivesse para acontecer. É um clima enorme de tensão.
A curiosidade é muito bem usada e nos encaminha mais para dentro da história, queremos saber o que está acontecendo, começa despretensiosamente e se mostra uma narrativa incrível. Algo que mais me agradou é o quanto é explorado eventos menores do dia a dia, ou seja, aqueles que acontecem além dos nossos olhos, o tempo todo. Por mais, que um lugar pareça sem vida, abandonado, ele nunca está, sempre tem outras formas de vida. O quanto a exploração dos sapos através do ambiente traz vida aquele local. A história se conta nos detalhes e isso é o mais encantador, usa o visual belíssimo de CGI, sua estética beira quase o real, tudo isso junto com a trilha sonora se mostra muito importante para ambientalizar o curta.

Negative Space (5 min)

Oscar 2018 | Curtas Animados (Negative Space)

Contém spoilers

De longe, o curta mais cheio de sensibilidade, de delicadeza ao abordar uma relação humana entre pai e filho. Negative Space é dirigido por Max Parter e Ku Kuwunata e a animação é toda feita em stop-motion. É uma história pesada em drama, daquelas de deixar nosso coração na mão, pois é sobre a vida, sobre a morte, sobre um espaço que não pode ser preenchido. Com um roteiro incrível, esse curta francês nos conquista pelo significado humano que carrega. Há uma metáfora fortíssima com a mala que o pai levava quando viajava, o quanto aquele pequeno ritual representava para a relação dos dois e sobretudo, sobre o filho, do qual temos a perspectiva. Uma parte dele sempre estaria com seu pai. Independente de onde estivesse. 

Outro curta que representa algo tão simples, tão cotidiano, mas que consegue ser grande por ser humano demais, por mostrar como o amor funciona para aqueles personagens. Principalmente, do narrador, que acaba sendo nosso protagonista, por meio dele experimentamos por sua narrativa, o que ele sente, o que sentiu e toda sua percepção sobre os eventos. Um dos meus preferidos, sem sombras de dúvidas, junto com o Garden Party.
Na arte, Negative Space, que dá título ao curta, é o espaço ao redor e entre o sujeito de uma imagem. É utilizado visualmente e explorado de forma a representar algo, muitas vezes, gera reflexões enormes, além é claro de sensações inexplicáveis, depende do artista. Em outras palavras, Negative Space, é o vazio, o silêncio. No curta, ele assume a ideia de vazio para trazer a representação do luto, da ausência, do quanto o pai dele vai fazer falta, como se seu caixão fosse uma mala, da qual a vida não mais preenche, como ele preenchia com as coisas do pai. A vida se foi. É um significado e uma representação bem forte e densa que só o espaço negativo conseguiria proporcionar.

Revolting Rhymes (1h01min)

Oscar 2018 | Curtas Animados (Revolting Rhymes)
É um curta para a TV, que passou na BBC One, o único dos indicados que tem a duração maior que dez minutos, bem maior diga-se de passagem, por conta disso, para que pudesse rodar nos festivais de curtas acabou sendo dividido em dois episódios, cada um de 30min, aproximadamente. A curta-metragem é uma adaptação de livro homônimo de Roald Dahl, conta com a direção de Jakob Schuh e Jan Lahauer, a história é quase que como uma releitura dos contos de fadas, inclusive, mescla e até mesmo cria laços entre eles. Segue a linha de como são os contos clássicos contados para crianças, das histórias originais. 
Apesar de possuir duas partes, os dois episódios passam voando, de tão envolvente que são, somos pegos pelo modo de contar do narrador, nos vemos totalmente envolvidos na história e querendo descobrir como termina. O final é bem típico de conto de fadas, mas não é igual ou muito clichê, pelo ritmo e rumo que a história vinha tomando, não imaginamos que terminaria do jeito que terminou, isso é algo muito bom, tem uma reviravolta bem interessante, que mesmo sem nos dar uma moral explícita, ao final, nos faz ficar pensando, a mensagem foi enviada, mesmo que não percebamos, ela nos atinge. Dentre as cinco, Revolting Rhymes é mais madura, adulta, mas não no sentido de ser infantil, no sentido de ser mais brutal, por conta da maneira com que conta os eventos de mortes e assassinatos.
É difícil dizer qual curta merece ganhar o prêmio, pois foram escolhas fortes, que acrescentaram e geraram sensações diferentes, abordando elementos distintos. Isso é arte, proporcionar experiências únicas, cada um a sua maneira. Recomendo que assistam aos curtas, tenho certeza que gostarão, ao menos algum vai mexer com as emoções de vocês. No entanto, a pinguim tem um preferido, na verdade, dois: Garden Party e Negative Space, se não for pra ficar triste, eu nem vejo!
Enfim, fiquem de olho no Oscar 2018, pois lá vocês poderão encontrar todas as matérias que a Pinguim vai fazer sobre a premiação. Combinado, tagarelas cinéfilos?
Tagarelem comigo, vocês já assistiram os curtas? Qual deles é a aposta de vocês? Ficaram com vontade de assistir?
Acompanhe a Pinguim (mais) Tagarela (e cinéfila) das redes sociais:

Até a próxima tagarelice e lembrem-se do poder da arte.

4 Replies to “Oscar 2018 | Curtas Animados”

  1. Confesso que nao assisti nenhum, mas lendo o trecho de Lou, fiquei curiosa ❤ vou ate sugerir para os meus sobrinhos assistir quando estivermos juntos. Obrigada por compartilhar com a gente. Tudo de bom pra você amada ❤

    Beijos

  2. Eu acompanho imenso os lançamentos para, ao nomearem os títulos, eu conhecer praticamente todos, haha. Da lista, resta-me apenas assistir ao último, apesar de já conhecê-lo. Agrada-me estar dividido em dois episódios, coisa que não sabia pois guardava um tempo específico para assistir. O que mais gostei foi o Negative Space (apesar de apreciar todos do mesmo modo), eu simplesmente amei a lição dessa curta, tão pequena, tão bela, com uma mensagem com um poder enorme e toda uma aura extremamente agradável. Fiquei interessada pelo título, por ser uma grande fã de Norma Bar, que usa muito esse conceito nas suas ilustrações. Portanto, pensei que, de algum modo, relacionava-se a esse espaço negativo! Adorei Garden Party exatamente pelos motivos que você menciona, por toda aquela intriga e o modo como se desenvolve, haha, eu gostei tanto do desfecho! Também gostei das duas primeiras, Lou ficou incrível! <3

    Ahhh, seu blog é lindoooooooooooooooooo.

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