Orphan Black | É difícil dizer adeus

AVISO: Obviamente contém spoilers.
Orphan Black chegou ao fim, ao longo de suas 5 temporadas aprendemos tanto, evoluímos mais ainda e até, de certo modo, crescemos junto com as personagens. É hora de dar adeus a uma das séries mais incrível que conhecemos e isso não é uma tarefa nem um pouco fácil.
Entendo a decisão dos criadores de finalizar a série, mesmo querendo que tivesse mais temporadas, inclusive já era algo que eles já haviam pensado quando começaram Orphan Black, acho importante tal decisão porque a fim de prolongar as temporadas para dar continuidade a série, poderia muito bem se perder a essência da história, poderia acabar sendo muita enrolação, só para encher linguiça, sabe? Fico até bem feliz com a forma que escolheram terminar, pois teve todas as coisas das quais precisávamos, nós e nossas queridas clones. Mas, claro, fico super triste de ver uma das minhas séries favoritas encerrar seu ciclo, ninguém é de ferro, muito menos a Pinguim.

Nessas horas, somos pegos pela nostalgia, não é mesmo? E fiquei relembrando meu primeiro contato com as clones, descobri Orphan Black de forma bem aleatória, enquanto passava os canais da tv, me deparei com o nome da série e lembrei que já tinha ouvido falar do nome dela, mas como estava em um episódio avançado, resolvi não parar para assistir e ver do começo direitinho. Passou-se o tempo e decidi em um final de semana qualquer começar a ver o piloto, eu só sei que devorei as duas primeiras temporadas – eram as únicas que tinham, já que a terceira estava sendo gravada – em dois dias. Esse é o nível de quão boa OB (apenas fãs podem chamar assim, brincadeirinha) é. Começa com um episódio e quando percebe já terminou a temporada, até porque dez episódios são rapidinhos e com uma história cheia de suspense que te faz querer descobrir o que tá acontecendo, isso a torna a série mais rápida da vida.

Durante as cinco temporadas, Orphan Black abordou inúmeras temáticas, é sério. Teve a ética no meio científico, até porque a série é sobre clonagem humana, então o debate é forte e feito através do que tudo isso representa na vida das clones. Teve Neovolucionismo (Neolution), que conversa com o Transumanismo e até mesmo retrata um pouco dessa filosofia. Teve representatividade feminina forte, além de representatividade LGBTQ+. Teve feminismo e muito, principalmente nas questões e analogias que fizeram com relação a ter controle sobre o próprio corpo e sobre liberdade. No meio disso tudo, temos críticas ao fundamentalismo religioso. Teve episódios falando sobre sexualidade e identidade de gênero. Enfim, acredito que deu para entender a pluralidade dos assuntos que a série abordou, certo?
Uma das coisas que mais gosto, é que a série celebra a diversidade, pois conhecemos várias clones, mas cada uma tem a sua singularidade, seus trejeitos, suas maneiras de encarar/enfrentar a vida, cada uma tem sua própria personalidade, sua própria forma de se expressar e de se enxergar no mundo. Isso é simplesmente genial porque elas tem o mesmo DNA, mas são pessoas totalmente únicas e diferentes, nos ensinando que a genética dita muita coisas sobre nós, mas não define nossa personalidade ou quem somos. Aprendemos a amar cada uma das clones justamente porque cada uma tem seu jeitinho de nos cativar. 
Inclusive, no episódio 9, se não me engano, a Cosima está conversando com a Delphine sobre isso de a genética não ser o que determina nossa personalidade, faz parte de quem somos, mas não nos define. E dentro da questão delas, o que elas são não é criado pelos outros.
Estou aqui para enaltecer minha seriezinha, sim, e nisso tenho que enaltecer também quem deu cara as personagens, literalmente, a Tatiana Maslany fez algo incrível em Orphan Black, ela conseguiu expressar e tornar cada uma das clones únicas. É um trabalho incrível e ela merece todo reconhecimento do mundo. Dentro disso, meu deus, o trabalho de produção, de maquiagem, de figurino, de efeitos especiais também estão de parabéns. Resumindo toda a série é sim uma obra de arte, é maravilhosamente demais.
Nós, acompanhamos toda a trajetória de cada uma delas, acompanhamos suas lutas, suas vitórias e até mesmo suas derrotas. Presenciamos suas perdas e as vimos sofrer por busca do que é delas, a liberdade. Vimos o quanto elas foram se aproximando uma da outra, o quanto elas começaram a construir e a tornar forte as suas ligações. Vimos elas terem de lidar e aceitar as diferenças que cada uma tem e assim como elas aprenderam a se amar, a gente aprendeu que as diferenças fazem parte e aprendemos a amar isso também. Outra coisa que aprendemos com as clones é que família vai muito além de sangue, apesar de possuírem o mesmo DNA, elas viveram em ambientes diferentes, cresceram e aprenderam coisas distintas e tiveram que construir essa união depois, assim nos mostraram o que representa família. Juntas as clones sobreviveram todo o inferno que aconteceram com elas, pegaram as experiências horríveis e construíram algo lindo em cima, uma família e algumas amizades. 
No episódio, que chamarei, de despedida percebemos que apesar de terem conseguido alcançar o que era delas por direito, as consequências de tudo o que sofreram ao longo de suas trajetórias ainda estão ali, principalmente a Sarah, que sempre foi durona, no sentido de não se dar tempo para processar tudo o que tá sentindo e só querer acabar com tudo logo, quando tudo acaba começa a aflorar tudo o que tava ali sufocado há anos e assim se mostra tão humana quanto qualquer uma delas, qualquer um de nós, no fundo precisamos de suporte de quem amamos, independente das nossas distintas formas de encarar as coisas, e ela tem o de suas sestras. That is beautiful! (Isso é lindo).

Teve várias simbologias, os bebês da Helena nascendo e representando um novo começo depois de tudo o que passaram para que isso acontecesse e também o quanto elas mereciam esperança de coisas melhores. Uma vida nova estava nascendo para elas e nisso mais forte estava se tornando a ligação da sua família.
Foi um episódio final de muitas emoções, é muito difícil dizer adeus a algo que te fez crescer, pois é isso que Orphan Black representa para mim e talvez para muitas outras pessoas, eu aprendi muito com a série, acompanhei do começo ao fim a história delas e senti que muita coisa foi sobre a minha história também. Muitos podem dizer: “ah, mas é só ficção”, mas esquecem de dar importância para o quanto elas nos influenciam. Sentirei faltas das minhas sestras.
Sinceramente, eu precisava desse episódio (S05E10), eu precisava dessa esperança de que mesmo durante as piores coisas podemos vencer. Orphan Black sempre foi um pouco sobre todos nós e nos trouxe muitos ensinamentos, muitas formas de amadurecermos como pessoas e estimulou nossa empatia. #ThankYouOrphanBlack #ThankYouCloneClub 💙
É difícil dizer adeus, é difícil se despedir e o mais difícil ainda é deixar ir, mas nossas clones sofreram muito e elas mereciam um final, no mínimo, feliz. E elas tiveram o que mereciam. Finalmente. 

PS¹: Felix é um amorzinho do começo ao fim.
PS²: Helena se mostrou alguém mais amorosa do que parecia. Mais uma vez aprendemos as pessoas são bem mais do que aparentam.
PS³: Se você ainda não assistiu OB, me faça o favor e assista, por favor!

Quando assisti ao episódio final, fiquei tão emocionada que tive que vir escrever algo diferente e desde então venho tendo novas ideias de posts sobre Orphan Black, me digam se vocês gostariam de ver mais da série por aqui, combinado? E o que gostariam.

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Até a próxima tagarelice e lembrem-se minhas clones, adeus e sejam felizes.

15 Replies to “Orphan Black | É difícil dizer adeus”

  1. Comigo foi totalmente o contrário, não conseguia parar hahaha

    Muito obrigada, é bom ouvir isso, eu fico toda alegre. Eu fico de boca aberta com todo o trabalho realizado na produção de Orphan Black, a atuação então dá um show.

    O final confortou meu coração haha <3
    Beijos da Pinguim

  2. Oi, muito obrigada, fico bem contente de ouvir isso. É tão bom encontrar outra pessoa que gosta bastante de Orphan Black e que compartilha os mesmos sentimentos que eu com relação a série e ao termino dela.

    Foi muito bom mesmo fazer parte do Clube das Clones e adorei saber que você também faz parte dele <3

    Beijos da Pinguim.

  3. Orphan Black é uma das minha séries queridinhas, mas não posso dizer que está entre as minhas faves, sabe? Eu gosto muito dela, mas tem algo do ritmo que não me instiga a querer maratonar e ficar sedenta.
    Apesar disso, bato palmas para a sua postagem pois concordo da primeira letra ao ponto final. Toda a abordagem, discussões, atuação… é um trabalho que foi muito bem executado. Não tem como não amar. Fiquei muito feliz com um final tão bem feito.

    Beijos.
    http://www.jadeamorim.com.br

  4. Oi! Estou aplaudindo de pé sua postagem! Conheci a série aleatoriamente passeando pela Netflix. Ela me conquistou muito rápido e as sestras também. Como a Tatiana é fantástica atriz né?
    Quando a série terminou pensei em fazer uma publicação sobre o final, porém não tive forças. Mas sua postagem fala tudo o que eu gostaria de dizer.
    Realmente será difícil dizer adeus, porém se prolongassem a série eu concordo que perderia sua essência. Foi lindo e foi incrível fazer parte do Clube das Clones hahaha ♥
    Beijos no core!
    Thaís, Coração de Leitora

  5. Hey, o importante é que chegou. Feliz de te ver aqui <3
    Perdoe os spoilers, foi bem difícil não falar de alguns. Nossa, veja sim, é incrível, posso garantir e me conte pelas internets o que achou depois <3

    Beijos

  6. É uma das coisas mais difíceis. Somos duas, por se tratar de clones imaginei que ia gostar porque sou meio que apaixonada por Biologia e assuntos do gênero. Me surpreendi com a qualidade da série.

    Tatiana é rainha da atuação, tem muito talento, mal posso esperar para ver ela atuando em outras coisas.

    Saudade é o sentimento que nos define agora.
    Beijos

  7. Oii, bem desenvolvida mesmo, posso garantir hahah
    Sei bem como foi com Gilmore, comecei a maratonar no final do ano passado e depois que terminei fiquei com aquele vazio, sabe?

    Pessoas que amam GG são outro nível <3
    Beijos

  8. AAAAA lu, tenho certeza que é o tipo de série que você vai gostar <3
    Quero saber depois o que você achou, vou ficar bem feliz em saber.

    É bem triste, mas do jeito que acabou foi bem mais que satisfatório.
    Sobre o ps: viu, uma boa oportunidade hahah

    Beijos

  9. Siiim, é muito difícil dizer adeus :/

    Comecei a assitir a série só por curiosidade mesmo e fiquei apaixonada,a Tatiana é simplesmete MARAVILHOSA, poucas atrizes no mundo das séries são tão boas como ela.

    Assisti o último cap antes de ontem,vai deixar muita saudade <3

    bjs.

    alimento-praalma.blogspot.com.br

  10. Eu sabia ~por cima~ do que se tratava a série, mas, lendo seu post, percebi que o tema é bem interessante e parece ser inspiradora 🙂 é meio triste quando uma série que gostamos muito acaba… não consigo nem imaginar como seria se minha série favorita acabasse (!!). Vou tentar dar uma chance a Orphan Black para poder opinar melhor.

    ps: faz um tempo que não assisto nenhuma série :p

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