It: A Coisa | Uma nova forma de sentir medo

It: A Coisa | Uma nova forma de sentir medo

Em apenas duas semanas de exibição, It – A coisa se tornou a segunda maior bilheteria para um filme de terror nos EUA, a previsão é de que nas próximas semanas ultrapasse O exorcista tornando-se, assim, a maior bilheteria para o gênero. Com a direção de Andy Muschetti e duração de 2h15min. o filme faz jus a toda repercussão que anda tendo, já no começo do longa temos a breve noção de qual será o tom que ele irá possuir, no entanto, não nos entrega tudo e somos surpreendidos mais do que estávamos esperando, essa combinação é uma das coisas que torna It tão excelente.

Sinopse:

Um grupo de sete adolescentes de Derry, uma cidade no Maine, formam o auto-intitulado “Losers Club” – o clube dos perdedores. A pacata rotina da cidade é abalada quando crianças começam a desaparecer e tudo o que pode ser encontrado delas são partes de seus corpos. Logo, os integrantes do “Losers Club” acabam ficando face a face com o responsável pelos crimes: o palhaço Pennywise.

Vale lembrar que It: A Coisa é uma adaptação literária do Stephen King, sendo um remake, pois a obra já havia sido adaptada para uma minissérie em 1990. Toda comparação é sempre inevitável, porém ao longo dessa crítica/resenha não possuiremos tal traço, pois a Pinguim ainda não leu a obra, nem assistiu a minissérie ainda.

It: A Coisa | Uma nova forma de sentir medo
Apesar de ser uma obra cujo a principal característica é o terror, It não deixa de usar o drama como base para o desenvolver, no entanto, vemos fortemente presente elementos característicos do horror. Uma das coisas mais interessantes no longa é que não vemos apenas um gênero se sobressaindo, temos vários elementos que em conjunto tornam a obra completa. Em determinados momentos, possuímos até alivio cômico, como forma de aliviar toda a intensidade dos climas sombrios que o mesmo possui. A construção e combinação de vários gêneros, é algo feito com perfeição e usados na medida certa.
Uma coisa que todos precisam saber antes de assistir é que It se propõe a ser mais perturbador, bizarro e recorrer mais ao thriller psicológico do que qualquer coisa, o propósito é mexer com a nossa cabeça, afinal essa é uma das especialidades do Pennywise. Você vai experimentar o medo em uma forma totalmente diferente. Ao longo do filme, vai se criando uma atmosfera bastante interessante, que nos prende a atenção e, inclusive, nossa respiração. Toda essa atmosfera nos posiciona em lugares certeiros para então nos assustar, a gente é tão envolvido que não prevê, em diversos momentos, o susto. E, acredite em mim quando digo que você vai se assustar, você pode achar que tá no controle, que não vai cair nessa, mas o susto vai te pegar quando menos você esperar. Isso é bastante incrível.
Preciso dizer que é excelente todo o trabalho realizado na obra, pois quando analisamos o filme de um modo geral, vemos o quanto tudo encaixa e o tanto que cada elemento colaborou para isso. A fotografia é linda e tão bem utilizada para nos causar terror, os tons geram uma ambientalização incrível para os eventos que estão acontecendo e até mesmo vão acontecer. Temos tons escuros, sombrios e acinzentados em situações em que o medo é algo que vai ser imprimido, mas através do palhaço temos cores vibrantes que não deixam de ser assustador, o contraste acaba sendo bem interessante e utilizado para nos gerar tais sensações. 

It: A Coisa | Uma nova forma de sentir medo

Em conjunto da fotografia, temos o uso da câmera como aliada para criar essa atmosfera de suspense e conduzir os personagens e nós mesmos até as cenas. Outro elemento louvável é a maquiagem do Pennywise, eu já havia visto fotos e até assisti a primeira cena da minissérie e preciso pontuar que a diferença é imensa, principalmente por causa da tecnologia, a qualidade dos materiais para compor maquiagem artística está bem mais avançada do que nos anos 90 e a pessoa responsável por criar a caracterização do palhaço está de parabéns, tanto quem desenvolveu a maquiagem quanto quem compôs o figurino. Não poderia ficar de fora, é claro, a atuação do Bill Skarsgård, que literalmente deu vivacidade ao personagem, seja através dos trejeitos que ele conseguiu trazer, seja pelo sorriso bizarro que ele desenvolveu para o Pennywise, enfim, Bill foi a melhor escolha para fazer o palhaço assustador, sem dúvida alguma. A trilha sonora, os efeitos visuais e os efeitos sonoros vieram para acrescentar ainda mais e a ajudar a criar essa atmosfera de medo, terror e perturbação psicológica que a obra tanto requeria. 
O começo de It é intenso, já nos derruba com o golpe forte da carga emotiva, que vai ser algo bem presente no filme. Temos bastante violência e ela é distribuída em diversos formatos, há cenas viscerais que mostram violência psicológica, física e verbal. O filme todo vai brincar com o psicológico dos personagens e o nosso por meio da carga emotiva. Como dito anteriormente, não vamos sentir medo do jeito que estamos acostumados a sentir em filmes do gênero – um dos fatores que tem feito It ser cogitado como um dos melhores filmes de terror do ano -, sentimentos o medo através dos personagens, somos levados a sentir tanta empatia por eles, que tememos por cada um.

Clube dos perdedores - It: A Coisa | Uma nova forma de sentir medo
Para aliviar todo o clima tensão que a trama possui alguns elementos foram utilizados, como por exemplo o alívio cômico, mas o principal elemento é  os personagens que compõem o Clube dos Perdedores, eles são todos bem desenvolvidos, exceto Mike (Chosen Jacobs) cuja construção deixou algo a desejar, e isso nos leva a desenvolver laços com os personagens, inclusive o alívio cômico em sua grande maioria vem por meio desses personagens. Devido ao Clube dos Perdedores temos também alguns valores importantes como a foça da união, o quão importante é a amizade, o quanto o medo é algo que pode ser vencido e não precisamos enfrentar ele sozinho, entre outras coisas. Toda essa construção é algo extremamente tanto para a trama agora quanto será para os eventos a seguir no chapter two
Lembra quando disse que It usa vários elementos para compor a trama? Então, em algumas situações o longa me lembrou Stranger Things (e não é só pela presença do Finn Wolfhard), acredito que o clima anos 80 contribui para isso, além do fato de ter um grupo de amigos que são crianças tentando combater um ‘monstro’. Mas, a nostalgia não para por aí, o filme também me lembrou outros elementos da cultura pop que tanto amamos, porém não vou me ater a isso. Só deixo aqui meu contentamento porque isso é algo incrível.

It: A Coisa | Uma nova forma de sentir medo

De um modo mais que geral, o longa me agradou do começo ao fim, porém tenho uma ressalva, algumas das piadas na trama tinham em certo grau algum teor machista, além de possuir apenas uma personagem feminina entre os integrantes do grupo e usarem isso para que surjam tais piadas.
Mas, enfim, It é um filme que possui uma qualidade incrível em todos os aspectos, a direção e o roteiro trabalharam muito bem em cima da adaptação do King. As atuações das crianças foram impressionantes, sendo a Sophia Lillis (Beverly) o grande destaque, pois imprimiu em sua atuação tão bem o desespero, medo e toda a carga emocional que a sua personagem precisava. 
Vale, sem dúvidas, o dinheiro gasto no ingresso, a experiência que assistir no cinema traz é algo que não pode ser perdido. It: A Coisa nos faz pensar por dias em sua trama e, claro, no Pennywise porque algo tão marcante e tão bem construído no nosso psicológico não tem como ser facilmente esquecido.
O que eu posso dizer é que se entrei sem medo algum de palhaços, sai do cinema totalmente traumatizada com Pennywise, o palhaço dançarino. Por isso, o filme merece:

(4 de 5 pinguinzinhos)
Confira, também, a nota do IMDb:

 It: A Coisa (2017) on IMDb

Tagarelem comigo, o que vocês mais gostaram no filme? O que mais te assustou? Tomem cuidado, é possível que o palhacinho retorne em 27 anos, hein. PS: Eddie sou eu se fosse um personagem. Quem seriam vocês?
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8 Replies to “It: A Coisa | Uma nova forma de sentir medo”

  1. Olá! Obrigada pela resenha desse novo filme. Eu realmente gostei da outra versão… Eu acho que esta foi interessante, mas eu não acho que seja o melhor filme que foi lançado de Stephen King no ano passado. Eu vi outro dos filmes de Stephen King chamado A Torre Negra. É bom. Você já viu? Se ainda não tiveram a oportunidade de vê-lo, eu recomendo. O filme superou as minhas expectativas, o ritmo da historia nos captura a todo o momento. Mais que filme de ação, é um filme de suspense, todo o tempo tem a sua atenção e você fica preso no sofá. Tenho certeza que você vai gostar, é um bom filme.

  2. Olá moça tudo joia? Estou lendo muita coisa sobre o filme porque adianto que sou muitoooooooooo medrosa para assistir, entretanto eu estou lendo o livro e para surpresa de todos eu estou amando. O livro carrega um peso grande demais para a natureza humana, me lembrei até do post que eu li sobre seriais killer que voçe fez, porque na verdade o machismo, a homofobia, o preconceito são características muitoo retratadas no livro e de forma que choca tanto que você tem que parar a leitura para não ter um troço! kkkk Percebi que a dinâmica do filme é um pouco diferente do livro porque começa com as crianças, em contrapartida no livro o Stephen King não define uma linearidade, ele vai e volta na narrativa contando aos poucos para nós o que vai rolar. Adorei o post!

  3. Eu disse na minha resenha que achei o filme bom, mas não tão booom haha. Eu faço parte do grupo de pessoas que não sentiu medo, apenas levou alguns sustos. Gostei da história, e não consegui não pensar em Stranger Things. Achei todos os efeitos muitos legais, embora tenha sentido falta de algo na fotografia que dessem o tom de anos 80 :p
    Foi uma experiência legal, mas não achei o melhor filme de terror de todos (talvez o melhor do ano).

    Adorei sua resenha, moça <3 beijos!

  4. Mas gente… Só EU que SÓ assisto filmes de terror no cinema? E se reclamar ainda vou na pré-estreia! SOZINHA! Amo mais que brigadeiro de colher, sério!
    Fico meio cagadinha depois, mas a Bíblia fica ali perto da cabeceira da cama, tem uma no celular também… vai que né? kkkk
    Eu AMO filmes de terror e suspense e achei a minissérie UM PORRE!!! Fui ver esse filme totalmente cética e sai… UAU!! Quis aplaudir de pé! queria dar um beijo na boca do Pennywise (sigo querendo.. na do Bill, no caso! hhaha) tamanha foi a minha satisfação com o filme!
    Achei bem fiel a mini série, mas confesso que estou com medo da 2ª parte porque, com odisse, achei a minissérie muito chata, cheia de encheção de linguiça… espero que eles não façam isso no segundo filme.
    Quero ler o livro pois sei que tem muita coisa que não entrou nem na minissérie e tampouco entrará nos filmes (são cenas muito pesadas MESMO!), pra depois poder re-assistir tudo e comparar.
    Com relação ao machismo que você se refere, se tivessem tirado isso da série, o remake perderia toda sua essência original, tendo em vista que o objetivo era justamente mostrar que os problemas e medos enfrentados pela menina passam looonge dos enfrentados pelos meninos e isso faz justamente com que ela acabe saindo como "a mais foda". Então, se for parar pra pensar, foi uma sacada um tanto feminista. 🙂 Fora que devemos levar em consideração a época em que o filme se passa (anos 80), o local (cidadezinha suburbana super conservadora nos EUA) e as características sócio-culturais da população (omissa, negligente, preconceituosa, racista e machista – vide como o officer Bowers trata o filho).
    A única coisa que me incomodou MUITO foi justamente O Pennywise. Explico: o lance do "palhaço dançarino" era justamente ser legal e "fofíneo" com olhos de gatinho abandonado, para seduzir as crianças, mas o novo Pennywise não tem NADA de fofíneo, enquanto o anterior tinha o olhar e as expressões tão doces que com certeza atrairiam crianças FÁCIL. Esse de agora eu não achei nem um pingo atrativo. Maior cara de psicopata! Eu heim! Mas, na verdade, depois de todo o rebuliço que usar palhaços para filmes de terror causou (e ainda causa), a descontrução do palhaço fofinho e legal que ama crianças, para esse tipo de filme, se fez necessária – e ainda assim, causou muito problema pros palhaços profissionais ne? Então, já que era pra causar problema do mesmo jeito, era melhor ter sido ainda mais fiél, colocando uma carinha mais doce e simpática no palhaço. Eu acho.
    Bom é isso.. escrevi um post ao invés de um comentário ne? kkkk
    Bjss

  5. Foi a segunda vez que vi um filme de terror no cinema, o primeiro que assisti foi o chamado 3 e não foi nem metade do que It foi. Somos duas, miga, eu sou a senhora medo. Incrível né as maquiagens e tal, tem muito a ver contigo.

    Eu não tinha medo de palhaços até ver It hahahah
    Teu relato é muito eu, sério!

    Muito obrigada, vindo de você é uma honra. Te admiro demais <3

  6. Fiquei tão besta com esse filme que não sou capaz de opinar além de fazer suas as minhas palavras. Nunca tinha assistido a um filme de terror no cinema e fazia muito tempo que não via um filme de terror (aka A Medrosa) como estou acostumada com elementos de terror visual por conta de maquiagem etc entrei no cinema totalmente segura de que ia sair plena já que não tenho medo de palhaços e acabei por fim acordando meu marido as 4 da manhã pra ir buscar água comigo na cozinha porque vai que ele aparece né? Kkkk
    Adorei a resenha, você é uma grande inspiração pra mim.

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