A um passo do desconhecido

Aviso prévio: possível texto grande devido a incapacidade de sua autora de escrever pouco.
Belo dia, o sol me mantinha aquecida neste dia frio de outono. Só é uma pena as coisas não terem começado muito bem. Para se ter uma noção, minha aula na faculdade teve seu inicio há 30 minutos. E, podemos dizer que o professor não é um dos mais queridos.
Acabo de chegar e a primeira frase que recebo é carregada de sarcasmo, que com um belo tiro, me acerta em cheio. Alvo fácil! Procuro meu lugar, aquele mais afastado do mundo para que eu possa me manter focada no meu objetivo, mas evidentemente ele estava sendo ocupado, era de se esperar. Sorte a minha!
Para saber mais da história, clique em mais informações.

Vasculho toda a área da sala e há apenas um lugar vazio. Acho que alguém não está tendo muita opção hoje! Me sento antes que mais tiros sarcásticos venham ao meu encontro. A classe é situada bem ao canto, quase colada a janela. Fácil distração, me ferrei! Geralmente evito estes lugares, pois com toda a certeza minha mente iria voar como um pássaro em busca de liberdade através daquela janela. Começo a retirar minhas coisas da mochila, como caderno, canetas e aparelhos eletrônicos. Quando percebo um pequeno papel colado nem tão ao centro, na verdade era deslocado para a esquerda, aquilo chamou minha intenção de imediato e bum, cá estou em um devaneio. Nele dizia:

Atingida! Em cheio, eu diria. Como pode poucas palavras me descreverem tanto? Aprecio poesias como quem aprecia um bom aroma vindo de um perfume. Isso, desde que me conheço por gente. Esta aprofundou-se em minha alma e enterneceu meu coração. Posso dizer que fiquei com ela durante toda a aula, a semana toda. Não havia um dia sequer em que eu não a lia. E quando este dia chegou foi porque eu já havia decorado cada palavra. O desejo de descobrir seu significado e seu autor crescia mais a cada nova lida, a cada nova citação da poesia. Era quase uma necessidade perguntar ao autor o que aquela poesia significada para ele. Precisava entender como poderia tais palavras me afetarem tanto.

Então, comecei minha missão ultramente secreta, afinal não quis compartilhar com ninguém. E me veio a dúvida, estaria tal pessoa nessa sala, neste momento? Eu torcia para que sim, pois seria bem mais fácil de descobrir. A curiosidade, o mistério me moviam. Passei a observar tudo ainda mais que o normal. Num destes dias vasculhando cada pedaço da sala percebo um ponto estratégico: A minha classe! este lugar gera uma boa visão da minha classe. A grande pergunta é: Por que a minha classe? Estaria alguém me observando? Fiquei todo aquele dia procurando em minha mente alguma resposta, sempre gostei de um bom mistério e desvendar coisas, agora eu tinha a oportunidade de desvendar um, estava eu muito empolgada. Estava me sentindo como uma detetive reunindo evidências para chegar ao ponto onde todas as perguntas serão respondidas. 
No outro dia, ao chegar eventualmente a minha classe, noto algo que até então não havia ali, uma pista. Certo, oficialmente, estou em uma investigação (nem sou extremamente empolgada, né). Voltando ao principal, a pista dizia: Procure pelo detalhe simples que você está deixando passar.

Após semanas finalmente cheguei perto, tão perto que isso me animou ainda mais do que eu esperei estar. Mas, apesar de chegar mais próximo com esta pista, trouxe-me ela algumas incógnitas a mais, o que afastou-me um pouco mais da resposta final. Quanta antítese, mas era isso mesmo que expressava a minha situação! Fui recebendo pequenas pistas ao longo dos dias, mas todas causavam os mesmo efeito daquela primeira. Todas elas desafiavam a minha inteligência, e cutucavam ainda mais minha curiosidade. O dono daquelas pistas e autor do poema inspirador, era tão esperto e inteligente quanto eu.
Já fazia quase um mês quando tudo realmente se encaminhou, as pistas começaram a se encaixar dentro do contexto maior. Finalmente, a resposta estava a um curto passo de mim, eu estava prestes a agarrar com toda minha força! Mal podia eu acreditar. Porém, no momento em que descobri, ele resolveu aparecer, foi como se a resposta final só pudesse ser alcançada e revelada por nós dois. As duas inteligências. Como havia eu acertado naquela primeira pista: ele é alguém que eu conhecia há tempo, mas acima de tudo é alguém que me conhece além do tempo. Alguém que me conhecia melhor do que qualquer pessoa e afinal provou isso. Só podia ser uma pessoa, só poderia ser ele. E era. Os detalhes daquele dia, o então encontro, optamos por não serem revelados para que assim pudesse ser apenas nosso. Mas, posso afirmar que tive a versão do significado daquele poema pelo seu autor, pude então realizar este pequeno desejo.

E então… Desde aquele dia, nos aproximamos cada vez mais. Foi então que redescobri uma paixão antiga, que logo a seguir despertaria todo o amor que guardei. Não foi nada à primeira vista, apenas foi surgindo progressivamente, quanto mais nos aproximávamos, mais os sentimentos cresciam. Até que se tornou cada vez maior, intenso tanto que não passou mais a caber nesse papel. Mas, apesar disso nossa história ainda está sendo escrita, não em um papel, mas está sendo escrita na vida.

* A história é fictícia, mas seu significado é real e bastante pessoal. Escrita e criada por esta pessoa que por aqui sempre escreve. A história pode conter clichês – fazer o que, né – até que gosto um pouco deles no enredo.

O poema não é de minha autoria, mas podemos dizer que eu tenho permissão para colocá-lo aqui, ele foi-me dado. O autor é alguém que me inspira a cada novo dia, alguém que merece muito mais do que esta história. Mas este singelo gesto dedico a você.

Enfim, espero que gostem. Comentem o que acharam!
Até a próxima tagarelice 

8 Replies to “A um passo do desconhecido”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *