A chegada (2016) | Questões humanas são muito bem construídas no longa

"A chegada" ou "Arrival"
“Arrival” – Ficção científica – 116min

Tagarelas, temos novidades por aqui, fui a pré-estreia de “A chegada” – em inglês “Arrival” – e trago neste post tudo a respeito do filme. Assim, vocês poderão saber se vale ou não a pena assistir, a próposito o longa chega às telonas amanhã (dia 24 de Novembro). Então, vem comigo, conferir a sinopse e o trailer:


Eu não tinha lá grandes expectativas para o filme, não estava bem por dentro de como seria, mas confesso que o trailer me instigou bastante – inclusive, vi o trailer enquanto estava em outra sessão: animais fantásticos e onde habitam, que pretendo trazer resenha, em breve, também -, costumo gostar de ficção científica (como vocês já devem ter percebido), então a vontade surgiu com o trailer. Posso já adiantar que me surpreendeu, se eu tivesse criado expectativa era certo que ela teria sido não só atendida como extrapolada, de jeito nenhum imaginária os acontecimentos que estariam por vir em “A chegada”.




O longa tem muitos pontos que o destaca, um deles é a multiplicidade de temáticas que é abordada conforme a trama vai se desenrolando, como, por exemplo,  a representação da linguagem como um código e, de forma, sutil faz um paralelo com a matemática que também é um código; um ponto marcante, na história, é trazer a humanidade à tona, ou seja, a personagem principal (Louise) vai nos transmitindo como é ser humano no seu estado mais alto de humanidade, sendo, inclusive, ela o centro da carga emotiva que o filme carrega. As relações humanas tomam proporções grandes na trama, a forma como lidamos com o que desconhecemos e até mesmo como fazemos isso entre nós é muito bem pautado; é incrível a quantidade de paralelos que podemos fazer com a nossa realidade e em como interagimos com o meio em que vivemos; e nisso, reside críticas fortissímas na maneira como escolheram abordar, sendo assim, da mesma forma que o potencial de ser humano é trazido “à tona”/emerge, é também mostrado o lado inseguro, o lado temeroso e até mesmo o lado perigoso que temos – representado na facilidade em que passamos a considerar guerra como uma boa alternativa para resolução de problemas.


Louise e Ian - A chegada



A comunicação é algo bem pontuada e através disso apontaram algumas coisas como a falha de comunicação e o quanto isso pode dar margem à distorções de significados, à interpretações erradas (muitas vezes, isso é usado atender interesses próprios) gerando, portanto, “problemas” maiores, mas também mostra o quanto é fundamental a comunicação para o desenvolvimento de relações. Algo interessante é que mostraram o quanto a presença de extraterrestres no nosso planeta pode mexer conosco, achei algo bem fiel à realidade, pois certamente teríamos múltiplas reações a isso, sendo o medo uma das principais e que poderia esta ser a geradora de caos.

Os elementos da ficção científica estão impecáveis – há excelentes explicações e isso nos ajuda a compreender e nos situarmos na trama – mas, um dos que mais me chamou a atenção é sobre a não-linearidade do tempo e que não pude evitar em relacionar com Doctor Who (uma série britânica incrível que está fazendo 53 anos hoje), pois o primeiro contato que tive com essa questão foi na série. “A chegada” apresenta muito bem como isso funciona, mas, na minha concepção, nada supera a exemplificação que Doctor Who trouxe – inclusive, é um assunto levantado recorrentemente na série -, no entanto, ambas são tão incríveis que se complementam.

Aproveita e leia também: Doctor Who | Simplesmente, não pisque

Louise, personagem principal - "A chegada"



O gênero do filme pode ser ficção científica, mas a presença do suspense e do mistério fazem com que se estabeleça uma harmônia ao gênero e acentue as sensações do telespectador, sendo o clima de tensão uma das grandes consequências disso. O suspense é crescente e com ele o mistério também, então vai gerando curiosidade, ansiedade por respostas que a ficção científica responde e muitas vezes em forma de plot twist, que diga-se de passagem são de surpreender, de revelar mesmo e até arrepiar. A construção da trama é tão boa que pistas vão sendo dadas conforme a história vai acontecendo perante nossos olhos, essa entrega gradual constrói, portanto, o ponto mais alto da história: o plot twist, sempre muito bem acompanhado de momentos emocionantes! Outra coisa em que não pecam é ao encaixar as multitemáticas que são levantadas, isso se torna um diferencial, pois são muito bem amarradas, costuras e casam entre si perfeitamente.

Quando descobri do que o filme se tratava, pensei que seria mais do mesmo, mas, novamente, fui pega de surpresa, pois fugiu da temática padrão de abordar os extraterrestes e de certa forma é até inovador. O uso dos efeitos especiais e sonoros são feitos nos momentos adequados e a fotografia é lindissíma. “As memórias” são utilizadas para relacionar presente, passado, futuro e através disso preencher bem a narrativa. A história segue um ritmo interessante no começo, mas em determinado ponto simplesmente explode, é sensacional!
A atuação da Amy Adams (Louise) é impecável, a personagem requeria a transmissão de sentimentos, de emoção e a atriz conseguiu passar isso tão bem que conseguimos nos conectar e simpatizar muito com Louise. As vivências da personagem estavam ali na forma como ela leva a vida, na sua maneira de ver as coisas, na forma como se sente, na transparência dos seus medos, no jeito que encara as coisas e Amy Adams era totalmente Louise.



A relação do humano com outros seres é linda e fantástica no longa, além de emocionante, é algo que precisamos pra vida real, precisamos respeitar as outras formas de vida. Outra mensagem que pode ser retirada é que a união é algo realmente importante. Mas, enfim, o desfecho da história foi o arremate perfeito, foi a cereja de um bolo muito bem produzido; escolheram para terminar a história, a maneira simples de entender, mas que não deixou de ser genial dentro de suas possibilidades. “A chegada” é um filme bastante complexo, que foi feito para ser digerido aos poucos e refletido além das salas de cinema.

Um filme digno de receber um Oscar!

Tem um post sobre o respeito às todas as formas de vida aqui: O caminho Jedi | Guia para estudantes da Força

Devido a tudo isso, sem medo de achar exagerado, a pinguim dá:


(5 de 5 baldinhos de pipoca)

Confira também a nota do IMDb:

A Chegada (2016) on IMDb


Tagarelem com a pinguim, me contem se ficaram com vontade de assistir, se é uma temática que vocês gostam e até mesmo se chamou a atenção de vocês. Pinguim conseguiu deixar vocês curiosas (os)?

Acompanhe a Pinguim Tagarela nas redes sociais:

FACEBOOKINSTAGRAMTWITTER

Até a próxima tagarelice, humanos!

7 Replies to “A chegada (2016) | Questões humanas são muito bem construídas no longa”

  1. Este dueto de atores tem uma química incrível. Adorei a direção! Falar do Jeremy Renner significa falar de uma grande atuação garantida, ele se compromete com os seus personagens e sempre deixa uma grande sensação ao espectador. O mesmo aconteceu com esta produção, Arrival Filme para mim é um dos grandes filmes de Hollywood.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *